Botticelli
Ame amanhã quem jamais amou e quem um dia amou ame amanhã!
Nova primavera! Primavera cheia de cantos! Na primavera
[nasceu o mundo,
na primavera harmonizam-se amores, na primavera casam-se
[os pássaros,
e a floresta abraçada pela chuva solta os cabelos.
Amanhã a Rainha dos Amores entre as sombras das árvores
com ramos de mirto entrelaça cabanas verdejantes.
Amanhã Dione, sentada em sublime trono, dita as leis.
Ame amanhã quem jamais amou e quem um dia amou ame amanhã!
O mar numa onda espumante do sangue divino
entre as cerúleas tropas de hipocampos
fez surgir Dione flutuando sobre as águas marinhas.
Ame amanhã quem jamais amou e quem um dia amou ame amanhã!
Ela mesma tinge a estação púpurea dos botões em flor,
ela mesma entreabre nos intumescidos nós os brotos
que nascem do sopro do Zéfiro; ela mesma espalha as úmidas gotas
do luminoso orvalho, que a brisa noturna deixa.
E brilham gotejantes lágrimas trêmulas prestes a cair:
a gota pendente em seu pequeno globo adia sua queda.
Nova primavera! Primavera cheia de cantos! Na primavera
[nasceu o mundo,
na primavera harmonizam-se amores, na primavera casam-se
[os pássaros,
e a floresta abraçada pela chuva solta os cabelos.
Amanhã a Rainha dos Amores entre as sombras das árvores
com ramos de mirto entrelaça cabanas verdejantes.
Amanhã Dione, sentada em sublime trono, dita as leis.
Ame amanhã quem jamais amou e quem um dia amou ame amanhã!
O mar numa onda espumante do sangue divino
entre as cerúleas tropas de hipocampos
fez surgir Dione flutuando sobre as águas marinhas.
Ame amanhã quem jamais amou e quem um dia amou ame amanhã!
Ela mesma tinge a estação púpurea dos botões em flor,
ela mesma entreabre nos intumescidos nós os brotos
que nascem do sopro do Zéfiro; ela mesma espalha as úmidas gotas
do luminoso orvalho, que a brisa noturna deixa.
E brilham gotejantes lágrimas trêmulas prestes a cair:
a gota pendente em seu pequeno globo adia sua queda.
Marco Valério Marcial (C.40-C. 104 D.C)
'Poesia Lírica Latina'
Trad. Augusto Petelini
Martins Fontes