Botticelli
(do meu 'Livro dos Ventos')
quando o vento soprou
os doze cavalos da aurora
cavalgaram na terra o teu nome
foi primavera
as flores vieram
como se cada pétala guardasse
o voo branco das cegonhas e as águas do Ilisso
o teu nome veio com o vento filho do azul
como um nome ulisses
dono de todos os sons da palavra pássaro
pousaste no ventre da terra uma ideia de ninho
e todos os vermelhos e marrons disseram o teu sangue
és
as estrelas dizem teu norte
cada voo de
pássaro guarda em ti uma rama
cada rama é o
sopro do Zéfiro em Clóris
teu hálito é o Zéfiro
no teu sopro
garças e rios
um campo de trigo
doze potros
dálias
o céu
a forma das nuvens em açucena
a terra
o sêmen e a
tua hora
(do meu 'Livro dos Ventos')