quarta-feira, novembro 23, 2011

Noturno do Silêncio



Marc Chagall

 











houvera barcos na solidão aquosa dos olhos
azul branco vermelho alternaram-se náufragos
mares recortaram-se em verdes cubos imersos
na água movente do copo
na orla das pálpebras peixes recém-emergidos
quedaram-se sem fôlego
líquens azuis trouxeram primavera à estática
exatidão dos barcos
simularam céus afloraram-se istmos entre
um barco e outro
um risco azul contornara o traço esfumado
dos olhos
as mãos ornadas de vento sopraram saudade
sobre o silêncio salino das pedras
barcos cores mares peixes líquens pedras
cantaram teu nome

(do meu 'Livro dos Ventos')