"Toda aprendizagem é um tempo de clausura. Assim, para o que ama, durante muito tempo e até ao largo da vida, o amor é apenas solidão."
“Quantos seres jovens há que não sabem amar, que se limitam a entregar- se (…) O rompimento seria um gesto fortuito e ineficaz. (…) Não julgue que o amor que conheceu adolescente se tenha perdido. Tenho a certeza de que esse amor apenas sobrevive, tão forte e poderoso na sua recordação, pelo fato de ter sido a primeira ocasião de estar só no mais profundo de si próprio, o primeiro esforço interior que tentou na sua vida”.
“Quantos seres jovens há que não sabem amar, que se limitam a entregar- se (…) O rompimento seria um gesto fortuito e ineficaz. (…) Não julgue que o amor que conheceu adolescente se tenha perdido. Tenho a certeza de que esse amor apenas sobrevive, tão forte e poderoso na sua recordação, pelo fato de ter sido a primeira ocasião de estar só no mais profundo de si próprio, o primeiro esforço interior que tentou na sua vida”.
[Rainer Maria Rilke]
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Rainer Maria Rilke (Praga, 1875 – Valmont, 1926). Rainer chamava-se Renè-Marie (“Renascido”) mas mudou o seu nome por sugestão de Lou Salomé, que o achava muito feminino. Rilke é considerado um dos poetas mais importantes da Alemanha e do mundo. Viajou por toda a Europa, incluindo a Espanha. Foi amante de Lou, casada e quatorze anos mais velha, que também foi amante de Nietzsche. Rilke conheceu Tolstoi e a psicanálise de Freud, por intermédio de sua amada. Ele foi o verdadeiro amor de Lou Salomé. O laço que os unia era pleno: admiração intelectual pelo poeta aliada a uma forte atração física pelo homem.
“Cartas a um Jovem Poeta” reúne as cartas que Rainer Maria Rilke trocou com um jovem admirador aspirante a escritor, o “senhor Kappus”, entre fevereiro de 1904 a dezembro de 1908. O livro é para se ter na cabeceira da cama, ler devagar e sempre. É uma obra para ser carregada conosco pela vida.
Rilke, através de metáforas, nos ensina sobre a vida, a morte, a tristeza, o imprevisível, o medo, o amor, a solidão e como decantá-los. O amor para ele é um sentimento que vai além do prazer e do sofrimento. É algo para ser cultivado e aprendido com o tempo e com a calma. Saber esperar, ter paciência, é uma das melhores virtudes no amor. Ele dá alguns conselhos ao aprendiz de escritor: não se deve escrever poemas de amor, diz que o aprendiz tem que abandonar- se, não deve pensar demais, mas deve também procurar a inspiração no seu interior, nas suas recordações e experiências, já que os fatos externos não importam muito. Ser indulgente com os mais velhos, mas não lhes pedir conselhos. Deve ser prudente com as palavras. Explica o que é ser um artista (de verdade) e pede que o o jovem escritor se pergunte: “Morreria se não me fosse permitido escrever?" Se a resposta for negativa, diz que o melhor é abandonar tal pretensão.
"Eis por que deve fugir dos motivos gerais para aqueles que a sua própria existência cotidiana lhe oferece; relate suas mágoas e seus desejos, seus pensamentos passageiros, sua fé em qualquer beleza — relate tudo isto com íntima e humilde sinceridade. Utilize, para se exprimir, as coisas do seu ambiente, as imagens dos seus sonhos e os objetos de sua lembrança." (Rilke)