o dia enfastiara-se da claridade
os olhos
antes luz argêntea do sol
píncaro de cristal
guardaram em si amálgama de nuvens invernais
voo congelado dos pássaros
no sopro morno do poente
os olhos
exaustos em aliterarem as ondas
expostos à exatidão de perseguirem gradações de
verde
e inalcançáveis marrons de areia
esqueceram o mar
amante fiel
o mar sem fôlego
fora ainda anáfora dos olhos
sorvera o crepúsculo
mar entardecido
nuvem aquosa de azuis violáceos
concedera asas aos peixes
pássaros e peixes seriam suaves
se não houvesse olhos que os soubessem