os braços os mortos as amarras
o
olvido sua máscara de tapir não vidente
o
gosto o gosto o leito seus engendros o fumo cada dedo
as
flutuantes paredes donde amanhece o vinho as raízes a
frente todo canto rodado
sua corola seus músculos os tecidos os vasos o desejo os
sumos que
fermenta a espera
as
campinas as encostas os transonhos os hóspedes
seus
favos o núbil os prados as crinas a chuva as pupilas
seu
fanal o destino
mas
a lua intacta é um lago de seios que se banham tomados
pela mão
Tradução: Claudio
Daniel
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Oliverio Girondo (1891-1967) nasceu em Buenos Aires, onde formou-se em Direito. É considerado um dos poetas latino-americanos mais inventivos de sua geração, ao lado do peruano César Vallejo e do chileno Vicente Huidobro. Publicou, entre outros títulos, Veinte Poemas para Ser Leídos en el Tranvía, Calcomanias, Persuasión de los Días e En la masmédula.