quinta-feira, maio 17, 2012

Poemas de Albano Martins

Cruzeiro Seixas


I

Para o Museu do Homem


1.

O tempo é uma pedra
amadurecida ao sol
das mãos, uma raiz
de gengibre germinando
no escuro.
Omnipresente,
a noite vela
o sono das sementes
e das larvas.

2.

E o homem, então,
olhou em seu redor
e disse
às árvores: eu sou
a folha maior.
E as aves
do crepúsculo fizeram
ninho na sua boca.

Albano Martins
'O Mesmo Nome'


II

Um leopardo
azul me conduz
pelo dorso da noite.

Albano Martins
'A Margem do Azul '


III

Esta é a margem
do azul. Nenhum
outro limite
reconheço ao sangue

Albano Martins
'A Margem do Azul '