Odilon Redon
o teu tempo pássaro qual nave de astros
fez do teu nome lume e terra
mastro e madeira e carne do teu braço
onde quiseste mar
havia um verde deslembrado
em um mar sem memória
teu verbo amanhece a liturgia das hóstias
dizes aurora
e as esferas riscam o vermelho e o sol
dizes hora
e o vinho se faz em azul nuvem e mormaço
consente ao raso dos teus olhos
barcos
o primeiro sal
o primeiro lago
(do meu 'Livro dos Ventos')